A partir do autodiagnóstico, a empresa será classificada em um dos cinco níveis na escala de maturidade em sustentabilidade do Tex Index Brasil. Para avançar nesta escala, elaboramos guias com a descrição de cada nível, os quais poderão ser utilizados como norteadores para a adequação às práticas de sustentabilidade.
A empresa do nível Consciente deve cumprir com os seguintes indicadores:
Atender aos requisitos legais aplicáveis à formalização do negócio.
Realizar a divulgação de indicadores econômicos, sociais e ambientais exigidos por lei.
Atender aos requisitos legais associados a temas ambientais aplicáveis ao negócio.
Atender aos requisitos legais da gestão hídrica, como existência de outorga e respeito aos limites de retirada de água, se aplicável.
Atender aos requisitos legais associados à gestão de efluentes com destinação adequada como a Resolução Conama 430/11 e 357/05, se aplicável.
Atender aos requisitos legais associados à gestão de resíduos sólidos como PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), Lei Federal 12.305/10 e Resolução Conama 313/02, por exemplo.
Possuir inventário de produtos químicos e monitorar o uso conforme a legislação nacional.
Atender às questões legais associados à Saúde e Segurança do Trabalho, como NR-06 (EPI), NR-07 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO), NR-09 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA) e NR-23 (Proteção contra Incêndios).
Atender às condições exigidas pela legislação trabalhista brasileira.
Atender à legislação conforme o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, proibindo jornadas exaustivas, trabalho forçado, servidão por dívida e contratação de trabalho estrangeiro irregular.
Contratar menores, a partir de 16 anos, apenas por meio de contratos de aprendizagem, conforme a legislação.
As boas práticas em sustentabilidade desse nível estão relacionadas com padrões e certificações internacionais, como:
Além de cumprir com todos os requisitos do nível anterior, a empresa caracterizada como Eficiente deve estar de acordo com os indicadores a seguir:
Promover iniciativas sustentáveis que reduzam custos operacionais.
Formalizar sua missão, visão e valores.
Ter colaboradores com a responsabilidade de tratar dos temas relacionados à sustentabilidade, ainda que de forma fragmentada.
Realizar a divulgação interna de seu desempenho econômico, social e ambiental.
Possuir uma política de compras e contratações estabelecida com regras definidas e critérios claros para seleção de fornecedores.
Mapear os fornecedores, conhecendo aqueles mais críticos do ponto de vista dos riscos sociais, trabalhistas e ambientais (ex: condições de trabalho, de saúde e segurança).
Monitorar impactos ambientais mais significativos.
Monitorar o consumo de água.
Monitorar a geração, tratamento e destinação dos efluentes líquidos.
Monitorar o consumo de energia em suas operações.
Confeccionar o inventário de GEE.
Monitorar a geração, separação e destinação dos resíduos sólidos.
Possuir inventário de produtos químicos e monitorar o uso conforme a legislação nacional.
Seguir os padrões da ABNT para segurança física do produto, se aplicável ao negócio.
Monitorar questões relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho, por meio de indicadores de desempenho.
Possuir um Código de Conduta Ética.
Incluir cláusulas específicas sobre proibição do trabalho forçado em seus contratos com fornecedores.
Conscientizar os colaboradores com treinamentos sobre o tema.
Realizar ações sociais para os funcionários, como programas de capacitação, bolsas de estudos, estímulos à prática de exercício físico.
Monitorar impactos no entorno e possuir um canal de diálogo com a comunidade e procedimento para responder a queixas e reclamações.
As boas práticas em sustentabilidade desse nível estão relacionadas com padrões e certificações internacionais, como:
Além de cumprir com todos os requisitos dos níveis anteriores, a empresa que possui uma visão holística de seus processos deve ser comprometida com os indicadores a seguir:
Engajar a cadeia de fornecimento e da comunidade em temas de sustentabilidade.
Abordar aspectos da sustentabilidade em sua Missão, sua Visão e/ou em seus Valores.
Possuir um comitê interno sobre sustentabilidade, com reuniões periódicas e participação de colaboradores de diferentes áreas.
Realizar a divulgação interna de seu desempenho econômico, social e ambiental.
Registrar e aplicar medidas a serem adotadas nos casos confirmados de corrupção (como por exemplo: uma Política de Consequências).
Possuir critérios de contratação definidos e cláusulas socioambientais nos contratos com fornecedores mais críticos.
Implementar iniciativas para redução dos impactos ambientais.
Promover ações para redução do consumo de água, com reúso e/ou captação pluvial.
Promover ações de redução da geração de efluentes.
Promover ações para a redução do consumo de energia de fontes não-renováveis (diesel, gasolina, gás natural, carvão mineral).
Promover ações de redução das emissões de GEE e/ou compensar suas emissões.
Promover ações de redução da geração dos resíduos sólidos e de melhorias na destinação.
Possuir ações de reciclagem e/ou reaproveitamento em ao menos parte dos resíduos gerados em suas atividades.
Se aplicável, seguir os padrões para acesso aos mercados internacionais, estando de acordo com normas como UNI/TR 11359, OEKO-TEX® Standard 100, RSL-AAFA, por exemplo.
Estabelecer metas para melhoria do desempenho em Saúde e Segurança do Trabalho.
Seguir os padrões da ABNT para segurança física do produto, se aplicável ao negócio.
Disponibilizar um canal interno de fácil acesso, com mecanismos para receber e encaminhar sugestões, reclamações e denúncias relativas às condições de trabalho, que é monitorado por uma Comissão Interna com participação de representantes dos empregados.
Oferecer treinamentos e campanhas de conscientização sobre proibição do trabalho forçado.
Apresentar cláusulas específicas sobre proibição do trabalho infantil em contratos com fornecedores.
Monitorar periodicamente indicadores de impacto na comunidade.
Realizar ações sociais com os funcionários e com partes interessadas como comunidade e fornecedores.
As boas práticas em sustentabilidade desse nível estão relacionadas com padrões e certificações internacionais, como:
Além de cumprir com todos os requisitos dos níveis anteriores, a empresa Inovadora é identificada pelos seguintes indicadores:
Utilizar os conceitos de sustentabilidade para criar valor aos produtos e serviços ofertados, gerar novas receitas e gerir riscos.
Tratar a sustentabilidade como um dos pontos centrais de sua Missão, sua Visão e seus Valores.
Ter um departamento, área ou colaborador responsável por assuntos relacionados à sustentabilidade que reporte diretamente a um diretor ou presidente.
Publicar relatório de Sustentabilidade, e o submeter à verificação externa para assegurar a confiabilidade de suas informações.
Ter um sistema interno de prevenção e controle de corrupção com realização de auditorias internas, mapeamento e gestão de ricos, controles internos e canal de denúncias.
Realizar auditorias para mitigação dos riscos socioambientais nos fornecedores.
Avaliar os resultados ambientais com base em indicadores e metas de redução de impacto.
Possuir metas de redução para o consumo de água.
Possuir metas para a redução da geração de efluentes.
Possuir metas de redução para o consumo de energia e incluir fontes de energia renovável (solar, eólica, biomassa) em sua matriz energética.
Possuir metas de redução para as emissões de GEE.
Ter metas de redução na geração de resíduos sólidos e de geração de receita a partir da sua venda.
Definir metas para aumentar a taxa de reciclagem e reaproveitamento.
Possuir planos, processos e tecnologias para substituição de produtos químicos.
Monitorar o desempenho em SST de fornecedores e subcontratados.
Seguir os padrões da ABNT para segurança física do produto, se aplicável ao negócio.
Desenvolver programas e treinamentos que visam melhorar as condições de trabalho dos seus empregados.
Monitorar a incidência de trabalho forçado ou análogo ao escravo em seus fornecedores através de auditoria.
Monitorar a incidência de trabalho infantil em seus fornecedores através de auditoria.
Alinhar as ações sociais com suas estratégias de negócio.
A empresa toma medidas para a redução do impacto gerado no entorno.
As boas práticas em sustentabilidade desse nível estão relacionadas com padrões e certificações internacionais, como:
A empresa Líder cumpre com todos os requisitos dos níveis anteriores, além de ser reconhecida pelo atendimento aos indicadores a seguir:
Propor tendências em sustentabilidade a partir de pesquisa e desenvolvimento.
Ser reconhecida como líder em sustentabilidade pelo mercado e por seus pares.
Influenciar a sua cadeia de valor na adoção de uma cultura de gestão da sustentabilidade.
Publicar Relatório de Sustentabilidade com verificação externa, com diferentes formatos e linguagens, para atender a diferentes partes interessadas.
Possuir um Programa de Integridade que prevê treinamentos periódicos com todos os funcionários e stakeholders mais expostos.
Exigir critérios socioambientais a serem seguidos, além de realizar auditorias nos subcontratados.
Engajar a cadeia de produção nos temas socioambientais e desenvolver soluções em conjunto com os fornecedores.
Desenvolver estudos de pegada hídrica de seus produtos e implementar soluções inovadoras no setor para gestão hídrica.
Possuir estudos de Análise do Ciclo de Vida de seus produtos e implementar soluções inovadoras no setor para gestão de efluentes.
Desenvolver estudos de Análise do Ciclo de Vida de seus produtos e implementar soluções inovadoras no setor para gestão de energia.
Desenvolver estudos de pegada de carbono de seus produtos e implementar soluções inovadoras no setor para gestão de GEE.
Desenvolver estudos de Análise do Ciclo de Vida de seus produtos e implementar soluções inovadoras no setor para gestão de dos resíduos sólidos.
Reciclar ou reaproveitar todos os resíduos não-perigosos e passíveis de reciclagem.
Possuir certificação internacional dos produtos como UNI/TR 11359, por exemplo.
Ser reconhecida por suas práticas de SST na cadeia de valor e promover ações junto a fornecedores e subcontratados.
Seguir os padrões da ABNT para segurança física do produto, se aplicável ao negócio.
Estabelecer, em contrato, que o empregado terceirizado deve gozar dos mesmos benefícios que os seus próprios empregados.
Possuir processo estruturado de solução de casos comprovados de trabalho forçado em sua cadeia de suprimentos.
Possuir processo estruturado de solução de casos comprovados de trabalho infantil em sua cadeia de suprimentos.
Articular-se setorialmente para propor novas tendências em ações sociais.
Possuir uma política de relacionamento comunitário no entorno de suas operações.
As boas práticas em sustentabilidade desse nível estão relacionadas com padrões e certificações internacionais, como:
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), em uma iniciativa conjunta com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), desenvolveu uma ferramenta para autodiagnóstico em níveis de maturidade e plano de ação visando o acesso aos mercados externos para empresas dos segmentos de confecção, beneficiamento, tinturaria, malharia, tecelagem, fiação, dentre outros envolvidos na cadeia de produção têxtil.
Como as empresas utilizam os conceitos de sustentabilidade como diferencial competitivo?
Para responder a essa questão, foram necessárias quatro etapas, quais sejam:
1. Levantamento e seleção dos indicadores de sustentabilidade relevantes para a cadeia têxtil.
2. Construçãoda ferramenta de autodiagnóstico para as empresas entenderem em que nível estão no momento.
3. Elaboração do guia de boas práticas junto à sugestão de plano de ação para a empresa.
4. Criação do site para comunicação do projeto e utilização contínua das empresas, de modo a acompanharem sua evolução.
O terceiro nível do modelo caracteriza-se pela preocupação com os impactos externos gerados pelas atividades do negócio.
Assim, além de cumprir os requisitos legais e buscar sua eficiência operacional, a empresa tem plena consciência de que sua atividade afeta outras partes e age para reduzir seus impactos negativos.
Do ponto de vista ambiental, passa a engajar-se na mensuração dos impactos ambientais de suas atividades produtivas, tais como geração de efluentes e emissões de gases de efeito estufa (GEE), lançando mão de indicadores mais sofisticados.
Nessa fase, a empresa deve reconhecer que existem benefícios financeiros na sustentabilidade e se preocupar com sua imagem no mercado diante de clientes, investidores e stakeholders.
Como resultado, seus produtos ou serviços são, ao mesmo tempo, tecnológicos e com preocupação social, desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que estão dentro e fora da organização, direta ou indiretamente afetadas por suas atividades.